A Justiça - Artigo de Opinião

15/04/2018

Se um criminoso roubar e não possuir um sentimento de culpa até que ponto as suas ações podem ser condenáveis moralmente? Será que neste momento as opiniões divergem?

Mesmo que surjam factos qual será a veracidade das mesmas?

Existem verdades mais verdadeiras que outras? Como é lógico, cada um de nós vai achar que está correto e vai tentar defender a sua verdade como se fosse uma verdade absoluta e totalmente irrefutável, mas se analisarmos são apenas opiniões e como tal não devem ser aceites como verdades.

Se a lei fosse criada com base em opiniões estaríamos perante uma lei desajustada se o indivíduo submisso à lei fosse criado numa realidade alternativa, onde o certo seria errado e o errado seria certo, mas se o errado é certo e o certo é errado, então, como o indivíduo seria julgado por opiniões alheias? Ele vivia e acreditava numa realidade alternativa?

Se a lei fosse criada desse modo estaríamos a condicionar mais o nosso pensamento para seguir um determinado padrão estabelecido por pessoas que aceitaram as suas verdades como absolutas e descartaram a criação de princípios universais e fundamentais para criar uma lei onde o certo e o errado seriam julgados de forma relativa, mas nenhuma destas formas resultaria.

Se fossemos julgados perante o que acreditamos, todos criaríamos uma realidade onde tudo o que é ilegal hoje pudesse ser legal, sem poder ser julgado judicialmente, não existiria lei porque perante nós as nossas ações nunca estariam erradas mesmo que subconscientemente o dissesse.

Temos em nós o tribunal mais rígido que existe, o tribunal da moral que reside na nossa consciência.

Se fizermos um crime e não formos julgados judicialmente pelo mesmo, somos inocentes? Certo? Até um certo ponto sim. Mas e se a culpa de ter cometido o crime permanecesse em nós e se tornasse uma realidade que teríamos de conviver com ela para o resto da mortalidade? Seria esse a pior pena que poderia ser dada a um indivíduo?

E quem não tem consciência vai sair deste tribunal impune simplesmente por não ter consciência? Será uma dádiva ou uma maldição não poder sentir culpa? Para mim a capacidade de pensar sobre as nossas ações é o que nos torna humanos, então quem não tem consciência não é humano? É uma espécie diferente que não sabe viver em sociedade e que o seu papel na mesma é indiferente ao seu subconsciente. 

Artigo de Opinião escrito por Rúben Baptista


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